How to reverse the habit of destruction in adopted pets with previous traumas

Adotar um animal resgatado pode ser uma das experiências mais emocionantes e transformadoras da vida. Mas nem sempre vem acompanhada apenas de lambidas e gratidão. Em muitos casos, os primeiros dias (ou até meses) de convivência são marcados por objetos rasgados, sofás destruídos e portas arranhadas. Quando isso acontece, surge a dúvida: como reverter o hábito de destruição em pets adotados com traumas anteriores?

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A verdade é que esse comportamento não aparece do nada. Ele é a ponta visível de um histórico invisível — feito de abandono, medo, punições e instabilidade.

E para curar o presente, é preciso entender o passado. Não se trata apenas de adestramento, mas de empatia, paciência e um plano construído com consciência.

Este guia vai te mostrar por que esse comportamento é comum em animais adotados, como identificar suas causas, e — o mais importante — o que fazer para transformar essa destruição em segurança emocional.

O que leva um pet a destruir objetos?

O comportamento destrutivo pode ter múltiplas causas, mas nos pets adotados com traumas anteriores, ele quase sempre está ligado a medo, ansiedade de separação ou falta de segurança no ambiente.

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Para eles, o mundo ainda não é um lugar seguro. E morder ou arranhar pode ser uma forma inconsciente de aliviar a tensão.

Um cachorro que passou fome talvez destrua embalagens de comida. Um gato que viveu sozinho por muito tempo pode arranhar móveis para marcar território. Um cão que ficou trancado em gaiolas pode desenvolver ansiedade ao ser deixado sozinho — e descontar na mobília.

Em um estudo publicado pela Universidade de Bristol, 86% dos cães que apresentavam comportamentos destrutivos tinham histórico de abandono ou adoção recente. Isso não é coincidência. É uma forma de o corpo gritar quando a alma ainda não se sente em paz.

Destruição não é teimosia: é linguagem

Um dos maiores erros que um tutor pode cometer é interpretar a destruição como birra. Nenhum animal destrói por “vingança” ou “maldade”. Eles não pensam assim. Eles sentem. E o que a gente chama de problema pode, na verdade, ser um pedido de socorro.

Reverter o hábito de destruição em pets adotados exige entender que, para eles, a casa ainda não é um lar. É apenas um lugar novo, estranho e potencialmente perigoso. Eles não sabem se você vai abandoná-los amanhã.

Não têm certeza se aquele sofá será sempre deles. E por isso, agem por impulso, medo ou pura desorientação.

O primeiro passo da reabilitação é criar vínculo. E isso só acontece com tempo, previsibilidade e acolhimento.

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O ambiente importa mais do que você imagina

Se você está enfrentando esse tipo de desafio, olhe para a casa sob os olhos do seu pet. Ela tem cheiros desconhecidos? Barulhos repentinos? Portas que se fecham sozinhas? Existe um lugar que ele possa chamar de “refúgio”?

Para reverter o hábito de destruição em pets adotados, é essencial criar um ambiente seguro e controlado. Isso inclui:

  • Um espaço fixo onde o pet possa se recolher e descansar sem interrupções
  • Rotinas previsíveis de alimentação, passeio e carinho
  • Estímulos mentais e físicos para aliviar o tédio e a ansiedade
  • Brinquedos seguros para morder, arranhar ou manipular sem risco

Ao oferecer estrutura, você envia uma mensagem silenciosa: “Aqui você está seguro. Nada vai faltar. Ninguém vai te machucar.”

A importância do tempo certo de adaptação

Muitos tutores bem-intencionados cometem um erro comum: acelerar a adaptação. Querem ensinar regras, apresentar visitantes, treinar comandos e sair para passeios longos logo nos primeiros dias. Mas para um pet traumatizado, isso pode ser um gatilho de ansiedade.

O ideal é respeitar o tempo do animal. Permitir que ele explore os ambientes no ritmo dele. Não forçar contato físico. Não corrigir com gritos ou punições. E lembrar que até o silêncio pode ser mais curativo do que a tentativa de ensinar.

É possível que, nas primeiras semanas, a destruição aumente. Mas isso não significa regressão. É um reflexo natural de um organismo que ainda não entendeu que, dessa vez, a história será diferente.

Técnicas para lidar com o comportamento destrutivo

Agora que você entende a raiz emocional do problema, vamos às estratégias práticas para reverter o hábito de destruição em pets adotados — sempre com base no respeito e no reforço positivo.

Supervisão e limitação de acesso

Nos primeiros meses, evite deixar o pet solto pela casa inteira, principalmente em momentos em que você está fora.

Use portões, caixas de transporte ou delimite cômodos com segurança. Isso reduz o risco e dá a sensação de território controlado.

Reforço positivo ao bom comportamento

Quando o animal brincar com o brinquedo certo, elogie. Quando passar um tempo sem destruir nada, celebre com carinho ou um petisco.

O cérebro aprende pelo prazer. Recompensar o que está certo funciona melhor do que punir o que está errado.

Gaste energia mental e física diariamente

Passeios, brincadeiras de buscar objetos, brinquedos recheáveis, comandos simples… tudo isso ajuda a aliviar o estresse acumulado e a evitar que ele seja descarregado em móveis e objetos. Um pet cansado é um pet mais calmo.

Evite punições e sustos

Gritar, usar borrifadores, sacudir latas com moedas… nada disso ensina. Só assusta.

E para um pet que já passou por traumas, isso reforça a sensação de insegurança. A punição cria distância, e você precisa justamente do oposto: confiança.

Busque ajuda especializada, se necessário

Se o comportamento persistir por mais de dois meses, mesmo com todas as mudanças, considere o auxílio de um adestrador positivo ou de um veterinário comportamentalista.

Algumas feridas emocionais são profundas e exigem suporte profissional.

Transformações que vão além do comportamento

Quando você consegue reverter o hábito de destruição em pets adotados, o que muda não é só o comportamento. Muda o olhar do animal. Muda a forma como ele dorme, brinca, se aproxima. Aos poucos, ele deixa de reagir por medo e começa a responder por amor.

Um tutor relatou que seu cão destruía todos os tapetes da casa — até que ele colocou um com o cheiro da roupa dele. Em poucos dias, o cão passou a deitar ali, sem rasgar. Ele só precisava de conexão.

Outro caso envolvia uma gata que atacava almofadas toda vez que a casa ficava vazia. A solução foi deixar uma peça de roupa usada no sofá e instalar uma câmera com som bidirecional. A voz do tutor acalmava. E o ataque cessou.

Essas histórias mostram que não há fórmulas mágicas. Mas existe um caminho — e ele passa pela escuta, pela observação e pelo vínculo.

Conclusão: a destruição é só o começo da história

Reverter o hábito de destruição em pets adotados é uma jornada. E como toda jornada, ela exige paciência, escuta e muito amor. O que hoje parece um desafio pode, em pouco tempo, se transformar na história de superação mais bonita que você já viveu.

Seu pet não quer destruir. Ele só ainda não aprendeu que o caos ficou para trás. E cabe a você mostrar isso, dia após dia, com cuidado, presença e acolhimento.

Quando o lar deixa de ser só um espaço físico e passa a ser um lugar de confiança, tudo muda. Inclusive o que antes parecia impossível.

Perguntas sobre pets adotados e comportamento destrutivo

Todo pet adotado com histórico de trauma vai apresentar destruição?

Não. Mas é comum que alguns pets manifestem comportamentos ansiosos nos primeiros meses. Cada animal responde de forma diferente às experiências anteriores.

Por quanto tempo esse comportamento pode durar?

Varia muito. Alguns animais melhoram em semanas. Outros levam meses. O importante é manter a rotina e a consistência nas estratégias positivas.

Adestramento tradicional pode ajudar?

Não se recomenda o adestramento punitivo para pets traumatizados. Técnicas baseadas em reforço positivo têm resultados mais duradouros e respeitam o tempo do animal.

Existe algum sinal de que o comportamento está melhorando?

Sim. Menos destruição, mais interação voluntária com humanos, maior tempo de descanso e menos agitação são bons indicadores de progresso.

Posso deixar brinquedos espalhados para ele se distrair?

Sim, mas com cuidado. Escolha brinquedos seguros, resistentes e próprios para o porte e espécie do seu pet. E alterne os itens para manter o interesse.